segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Observações

É díficl escrever com o peso da sobrevivência sobre os ombros...

Quando escrevi o Se Nada Mais Der Certo ( meu filme anterior) comecei no quarto da ex casa durante o caos da minha separação. Na verdade, não pensava que aquelas páginas poderiam virar um filme. Era uma especie de roteiro-diário que mantinha para não sucumbir, para não perder a esperança. Ou seja, no meio do caos desenhava uma porta de giz na parede acreditando que aquilo era uma fuga.Separado, fudido, indo aos 35 anos voltar pra casa da mãe, instalei num quarto de empregada, que era utilizado como deposito, meu escritório. Como meu diário me pareceu interessante, continue-o já acreditando-o como filme a ser realizado. Ao lado, religiosamente as nove da manhã, a maquina de lavar começava seu turno. Toda essa adversidade incorporei ao ritmo do roteiro, aos diálogos e me deu motivação pra enfrentar a merda. Hoje quando me vejo ainda na merda pelas complicações de ter executado Se Nada Mais der Certo, olha pra trás e vejo que já tirei boa parte do corpo na areia movediça que me encontrava. Então, escrevo o Perfeito ainda com o peso da sobrevivência e necessidade de esperança muito fortes ao meu redor, mas sigo em frente...na montanha russa. Mas espero logo chegar tranquilo em terra firme.

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